Traças em Arquivos e Bibliotecas: Como preservar documentos importantes
Traças em Arquivos e Bibliotecas: Como preservar documentos importantes

Imagine abrir uma caixa de arquivo morto para recuperar um contrato social antigo, um balanço contábil de uma década atrás ou um processo jurídico vital, e descobrir que o papel está rendilhado, com manchas amareladas e se desfazendo nas pontas. Esse cenário é o pesadelo de qualquer gestor de escritório, advogado, contador ou bibliotecário.

O culpado por essa destruição silenciosa é pequeno, ágil e evita a luz: a traça. Embora muitas vezes subestimadas, as traças representam uma das maiores ameaças biológicas a acervos documentais. Em ambientes como escritórios de advocacia e contabilidade, onde a guarda de documentos físicos por longos períodos é uma exigência legal, a presença dessas pragas pode significar a perda de informações insubstituíveis.

Neste artigo, vamos aprofundar o entendimento sobre essa praga, como ela opera em arquivos e, o mais importante, como a dedetização de traças profissional é essencial para blindar seu patrimônio histórico e legal.

Traças: As destruidoras silenciosas de papel e tecido

O termo “traça” é usado popularmente para designar diferentes tipos de insetos que se alimentam de materiais à base de celulose e queratina. No entanto, quando falamos de arquivos e bibliotecas, é crucial distinguir os dois principais inimigos:

  1. Traça-dos-livros (Ordem Zygentoma): Também conhecidos como “peixinhos-de-prata” (silverfish), são insetos sem asas, de corpo achatado e coloração prateada ou acinzentada. Eles são os maiores vilões dos arquivos. Alimentam-se de amido, celulose, cola de encadernação, fungos microscópicos (bolor) e até mesmo pigmentos de fotos antigas.
  2. Traça-das-roupas (Ordem Lepidoptera): São pequenas mariposas. Na fase larval, elas constroem um casulo (uma “casinha” que carregam) e se alimentam principalmente de queratina (lã, pelos, couro), mas também podem atacar encadernações de livros feitas de tecido ou couro.

Embora a traça de roupa possa causar danos pontuais, a traça-dos-livros é a principal responsável pela destruição em massa de papel. Elas não devoram o papel rapidamente como um cupim faria com a madeira, mas seu ataque é contínuo. Elas “pastam” na superfície do papel, raspando a camada superior, o que resulta em áreas desbastadas, furos irregulares e a remoção da tinta, tornando o texto ilegível.

Identificando a infestação: O que são aqueles ‘bichinhos prateados’?

A detecção precoce é difícil porque as traças são fotofóbicas (fogem da luz) e têm hábitos noturnos. Você raramente verá uma traça passeando sobre uma mesa durante o dia. Elas se escondem em frestas, atrás de rodapés, dentro de caixas de papelão e, claro, no meio dos livros e pastas.

Se você começar a ver os “bichinhos prateados” correndo rapidamente quando acende a luz de um arquivo ou move uma caixa, a infestação já pode estar avançada. No entanto, os sinais de sua presença são claros se você souber o que procurar:

  • Danos físicos ao papel: Procure por bordas de papel roídas de forma irregular, pequenos furos nas páginas (diferentes dos furos redondos de brocas) e superfícies do papel que parecem ter sido “lixadas”.
  • Manchas amareladas: As fezes das traças deixam pequenas manchas amareladas ou acastanhadas no papel.
  • Resíduos: Em infestações graves, é possível encontrar “poeira” de papel, exúvias (cascas da mudança de pele dos insetos) ou, no caso das traças de roupa, os pequenos casulos vazios.
  • Presença de outras pragas: Onde há traças, frequentemente há outros problemas. Elas podem atrair predadores como aranhas e lacraias, indicando um desequilíbrio no ambiente, caracterizando um cenário geral de pragas em escritório.

O ambiente ideal: Umidade, escuro e poeira

Por que arquivos mortos, porões de escritórios e bibliotecas antigas são os alvos preferidos? Porque eles oferecem a “tempestade perfeita” para a proliferação das traças. Esses insetos dependem de três fatores principais para sobreviver e se reproduzir:

  1. Umidade Elevada: Este é o fator crítico. As traças-dos-livros prosperam em umidade relativa do ar acima de 70%. O papel absorve essa umidade, tornando-se mais macio e fácil de digerir. Além disso, a umidade favorece o crescimento de microfungos (bolor), que são uma fonte de alimento essencial para as traças jovens.
  2. Escuridão e Pouca Movimentação: Arquivos mortos raramente são acessados. A falta de luz e a ausência de perturbação humana permitem que elas se reproduzam sem serem notadas.
  3. Poeira e Sujeira: A poeira doméstica é composta por fibras, células mortas da pele humana e esporos de fungos. Para uma traça, uma estante empoeirada é um buffet livre.

Em cidades úmidas ou em prédios antigos com problemas de infiltração, o risco é exponencialmente maior. O controle ambiental é, portanto, a primeira linha de defesa, mas raramente é suficiente sozinho quando a infestação já está instalada.

Técnicas de controle em ambientes sensíveis (Arquivos)

Quando a prevenção falha, a intervenção química profissional se torna necessária. No entanto, a dedetização de traças em um acervo documental não é o mesmo que aplicar inseticida em um ralo de cozinha. O uso de produtos comuns (aerossóis à base de água ou solventes agressivos) pode causar mais danos aos documentos históricos do que as próprias traças, manchando tintas e deformando o papel.

Empresas especializadas em controle de pragas utilizam técnicas focadas na segurança do acervo:

Micropulverização e Iscas

O tratamento deve ser cirúrgico. As principais técnicas envolvem:

  • Micropulverização Direcionada: Utilizam-se inseticidas de ação residual, mas com formulações seguras (geralmente microencapsuladas), aplicados com equipamentos que geram gotas muito finas. A aplicação nunca é feita diretamente sobre os livros ou documentos. O foco são as áreas de trânsito e abrigo: rodapés, frestas no piso, atrás de estantes, cantos de paredes e estruturas de suporte das prateleiras. O objetivo é criar uma barreira química que elimine o inseto quando ele sai do esconderijo para se alimentar.
  • Iscas em Gel ou Pó Seco: Em áreas extremamente sensíveis, onde qualquer umidade é um risco (como próximo a documentos raros), o uso de iscas tóxicas em forma de gel ou pó seco é o ideal. As traças são atraídas pela isca, ingerem o produto e morrem. É um método limpo, discreto e altamente eficaz para eliminar colônias escondidas.
  • Tratamento Espacial (Nebulização a Frio): Em grandes áreas de arquivo com alta infestação, pode-se usar a nebulização a frio (UBV) para tratar o volume de ar e atingir insetos em voo (no caso de mariposas) ou em superfícies altas, sempre com a devida proteção dos materiais expostos.

Nota: Embora o termo “descupinização arquivo” seja às vezes buscado, o tratamento para cupins é diferente do tratamento para traças, embora ambos sejam vitais para a preservação de celulose.

Prevenção: Dicas de organização e controle de umidade

A dedetização elimina a infestação ativa, mas a prevenção garante que ela não retorne. Para escritórios e bibliotecas, a melhor abordagem preventiva é a adoção de práticas que lembram a metodologia 5S (Senso de Utilização, Ordenação, Limpeza, Saúde e Autodisciplina).

1. Controle Rigoroso da Umidade:

  • Mantenha a umidade relativa do ar entre 45% e 55% e a temperatura em torno de 20°C a 22°C.
  • Utilize desumidificadores elétricos em salas de arquivo fechadas, especialmente em subsolos.
  • Garanta a circulação de ar. Não encoste estantes nas paredes externas e deixe espaço entre as caixas.

2. Limpeza Constante (Senso de Limpeza):

  • A poeira é alimento. Aspire o chão, rodapés e o topo das estantes regularmente com aspiradores equipados com filtro HEPA.
  • Evite espanadores, que apenas espalham a poeira e os esporos de fungos.

3. Organização e Armazenamento (Senso de Ordenação):

  • Substitua caixas de papelão: O papelão ondulado é o lar favorito das traças (escuro, úmido e comestível). Prefira caixas plásticas organizadoras de polipropileno, que são inertes e fáceis de limpar.
  • Evite armazenar documentos diretamente no chão. Use estantes de metal (a madeira também pode ser atacada por cupins e brocas).
  • Faça descartes regulares. Quanto menos papel inútil acumulado, menos alimento disponível e mais fácil será a inspeção.

4. Monitoramento:

  • Instale armadilhas adesivas de monitoramento em cantos estratégicos. Elas ajudam a identificar precocemente a presença de traças antes que a população cresça.

Conclusão

A preservação de documentos vai além de guardar papéis em uma sala trancada; trata-se de garantir a integridade da informação e a segurança jurídica da sua organização. As traças são inimigas pacientes e destrutivas que se aproveitam da negligência na gestão do ambiente.

Não espere encontrar um documento vital destruído para agir. A combinação de um ambiente controlado, limpo e organizado com a intervenção periódica de uma dedetização de traças especializada é o único caminho seguro para a longevidade do seu arquivo.

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